Flamengo, do caos à excelência: por que ficamos tão bons e seguimos no topo

O Flamengo não virou potência por acaso. Foi um projeto. Primeiro arrumamos a casa, depois investimos com critério, criamos um modelo de jogo que virou referência e, por fim, profissionalizamos tudo ao redor do campo. O resultado foi uma sequência de títulos nacionais e continentais, públicos recordes e receitas em patamar europeu para os padrões brasileiros. Abaixo está o mapa técnico desse processo, escrito por quem vibra no Maracanã e conhece os bastidores.

time do flamengo comemorando gol

1. Quando começou de verdade

Entre 2013 e 2015 o clube passou por austeridade dura: foco em pagar dívidas, aderir a programas de renegociação, reconstruir processos e governança. De 2016 a 2018 a equipe começou a aumentar investimento esportivo, mas com um orçamento já organizado. A virada esportiva definitiva chega em 2019, quando o plano financeiro encontra um plano de jogo moderno e um elenco montado para ele.

2. O círculo virtuoso do dinheiro bem usado

O ponto de partida foi caixa saudável. Vendas de crias do Ninho como Vinícius Júnior, Lucas Paquetá e Reinier destravaram receitas relevantes. Essas receitas viraram ativos técnicos: contratações pesadas e assertivas em 2019, manutenção de elenco forte e reposições de alto nível nos anos seguintes. O clube também diversificou entradas com matchday robusto no Maracanã, patrocínios em patamar de líder nacional e premiações frequentes por desempenho.

3. 2019, o ponto de inflexão em campo

O elenco foi desenhado para jogar um futebol agressivo e coordenado. Estrutura base com primeiro volante de proteção, linha de três meias criativos e dois atacantes letais. Pressão alta, recuperação rápida, muita mobilidade entre linhas. O famoso quadrado criativo Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol encaixou em cheio. O time tinha rota clara para criar superioridades, acelerar no momento certo e finalizar com volume. O resultado foi uma temporada histórica, com campanha recorde de pontos no Brasileirão e a América reconquistada.

4. Não foi só um meteoro

Depois do 2019 mágico, o Flamengo manteve competitividade mesmo com trocas de treinadores. Em 2020 veio novo Brasileirão. Em 2022, organização e eficiência nas copas renderam Libertadores e Copa do Brasil. Em 2024, a equipe retomou a pegada nas decisões, levou o Carioca com defesa quase impenetrável e conquistou a Copa do Brasil com autoridade. Em 2025, abriu a temporada vencendo a Supercopa. Isso não acontece por sorte. Acontece porque o clube protegeu o que importa: elenco profundo, reposições planejadas e processos.

5. Por que o time encaixou

  1. Elenco pensado como sistema e não como “figurões somados”. As peças se complementam em função, idade, perfil físico e tático.
  2. Meias de alta criatividade somados a atacantes com capacidade de atacar profundidade. Isso dá ao time formas diferentes de ferir o adversário.
  3. Laterais com leitura para sustentar linha alta e volante com bom raio de cobertura. Sem isso, não existe pressão coordenada.
  4. Treinos e jogos guiados por dados de desempenho. O clube estruturou análise para reduzir erro no mercado e no campo.

6. Estrutura e processos que sustentam a era

  1. Planejamento plurianual, transparência e orçamento com metas. Capacidade de investir mantendo saúde financeira nos ciclos bons e de absorver anos de maior gasto quando o projeto exige.
  2. Gestão do Maracanã ao lado do Fluminense garantiu calendário e previsibilidade de receita. O controle do ambiente de jogo elevou média de público e transformou a casa em vantagem competitiva e caixa forte.
  3. Investimentos constantes no centro de treinamento, campos, iluminação e ambientes de performance. Isso impacta recuperação, intensidade e consistência.
  4. Profissionalização do departamento de mercado e integração com análise. O objetivo é simples e difícil: errar menos na escolha de atletas e casar perfil com ideia de jogo.

7. O papel da base

A base do Flamengo produz talento com regularidade. Ela cumpre dois papéis. Primeiro, abastece o time principal com jogadores prontos ou quase prontos. Segundo, gera receitas extraordinárias que se convertem em reforços e infraestrutura. Esse duplo efeito cria sustentabilidade esportiva e financeira.

8. O que mantém o Flamengo tão bem por tanto tempo

  1. Patrocínios de camisa no topo do país, bilheteria volumosa e recorrente, mídia e premiações. Essa escala permite planejar elenco de ponta.
  2. A marca Flamengo agrega valor comercial e ajuda a atrair atleta e patrocinador. A Nação lota estádio e mantém o motor financeiro girando.
  3. O clube aprendeu a comprar e vender melhor. Compra com convicção, vende no timing e reinveste.
  4. Todo ano há ajuste de elenco, atualizações de CT e evolução de processos. O padrão mínimo é alto.

9. Riscos e como o clube tem respondido

Nenhuma hegemonia é automática. Há riscos de endividamento pontual quando o investimento sobe, riscos de erro na troca de comando e competição acirrada de adversários organizados. A resposta rubro‑negra tem sido manter prudência nos números, profissionalizar ainda mais o mercado de contratações e garantir que o ambiente de treino e análise continue de alto nível. A gestão também trabalha em alternativas de estádio para aumentar controle de receitas no longo prazo. A gestão econômica de times de futebol não é simples de ser feita.

10. Conclusão de quem é rubro‑negro e olha friamente os dados

O Flamengo ficou tão bom porque alinhou três camadas. Camada financeira organizada, camada de processo e estrutura e camada técnica com ideias claras e elenco montado para executá‑las. Quando essas camadas caminham juntas, a bola não só entra. Ela entra muitas vezes, por muitos anos. É assim que se constrói uma era, e é por isso que seguimos fortes.

Apêndice técnico: cronologia essencial

2013 a 2015. Austeridade, renegociações, reorganização administrativa e início da cultura de metas.

2016 a 2018. Aumento gradual do investimento esportivo com base sólida, atraindo jogadores de prateleira alta do Brasil.

  1. Contratações cirúrgicas, modelo de jogo agressivo, recorde de pontos no Brasileiro e Libertadores conquistada. A janela que muda o patamar.
  2. Elenco mantém competitividade e vem mais um Brasileiro.
  3. Time reequilibrado para jogar copas, títulos da Copa do Brasil e da Libertadores.
  4. Estadual com defesa quase perfeita e Copa do Brasil no fim do ano.
  5. Título da Supercopa e manutenção do protagonismo em público e receita.

    Métricas que contam a história

    1. Campanha recorde de pontos no Brasileirão de pontos corridos com 20 clubes. Marca histórica de vitórias e saldo de gols na mesma temporada.
    2. Duas Libertadores em quatro anos e títulos nacionais empilhados em sequência curta.
    3. Média de público entre as maiores do país por vários anos, sustentada por gestão do estádio e calendário.
    4. Receitas anuais na casa do bilhão em mais de uma temporada, com picos recentes e tendência de crescimento no médio prazo mesmo com oscilações.

    O legado dessa era é um Flamengo com identidade. Identidade de jogo e de gestão. Aprendemos a ganhar dentro e fora de campo. E isso, para quem é da Nação, não tem preço. É o que transforma vitórias em projeto e projeto em história.

    Trading esportivo ainda funciona em 2018?

    O trading esportivo cresceu muito nos últimos anos, principalmente motivado pelo investidor Juliano Fontes, que iniciou turmas de alunos para mostrar suas técnicas de rentabilidade em jogos e partidas de futebol.

    O conceito é simples: fazer uma boa análise sobre times de futebol, partidas, estatísticas (muito além de placares – envolvendo cartões recebidos, expulsões, chutes a gol, erros de passes, etc.), técnicos, entre outros para prever resultados. O processo é profundo, pois o objetivo não é simplesmente prever o resultado de um jogo antes de começar. As formas de realizar o trade geralmente são executadas enquanto o jogo está acontecendo. Por exemplo, imagine que o Corinthians irá jogar uma partida contra o Santos. Se o jogo é na casa do Corinthians (Pacaembu), a probabilidade do Corinthians vencer o jogo é maior, principalmente se o jogo for importante (uma decisão ou um mata-a-mata). Mas imagine que o Santos começou ganhando o jogo (fez um gol nos primeiros minutos de jogo). Se isso acontecesse, é evidente que a pressão do Corinthians seria muito grande, pois além de estar jogando em casa (tendência de pressionar e ir ao ataque), ainda está perdendo o jogo. Mas como lucrar com isso?

    Nesse cenário, você poderia apostar (investir) em número de escanteios a favor do Corinthians, que é uma boa estimativa de pressão. Aposte que a quantidade de escanteios será grande no primeiro tempo e a chance de você ganhar será bastante alta. Mas quanto investir?

    A gestão de risco é algo muito importante! Você não pode investir tudo o que tem em um único resultado, precisa diversificar seu montante proporcionalmente à probabilidade de sucesso:

    • Se você acredita que a probabilidade de sucesso em determinado evento é de 70%, invista 70% do dinheiro reservado nesse evento
    • Se outro evento tem probabilidade de 60%, invista não mais do que 60% nele

    Dessa forma, você estará aplicando proporcionalmente às probabilidades de acerto (retorno esperado positivo).

    Observar o andamento do jogo é muito importante, pois sua sensibilidade irá definir o quão provável um evento é de ocorrer. Contra você estão as máquinas, pois as casas de apostas (BET365, Betfair, etc.) utilizam algoritmos pré-programados que estimam a chance de determinados resultados acontecerem. Mas são apenas programas “burros”, com uma análise em tempo real é possível que você obtenha resultados superiores. Existem diversas modalidade de trading esportivo, em diferentes esportes (basquete, tênis, vôlei…), mas o trading futebol é o mais famoso.

    Oportunidades de arbitragem tão são comuns nesse mercado.

    Dicas como essas ainda estão em vigor em 2018, e é o que Juliano Fontes procura continuar passando e atualizando seus alunos.